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sábado, 5 de junho de 2021

 O Apicultor de Alepo, de Christy Lefteri


O Apicultor de Alepo, de Christy Lefteri,
Edições Asa, 2019 
Sinopse:
 

Christy Lefteri cresceu em Londres e é filha de refugiados cipriotas.
Esta obra teve origem no seu trabalho como voluntária num centro da Unicef de apoio aos refugiados em Atenas onde todos os dias chegavam mais pessoas, famílias perdidas e assustadas, vindas principalmente da Síria e do Afeganistão. O facto de ter estado com estas pessoas, nas circunstâncias mais horríveis da sua vida, levou a autora a escrever este livro inspirado na sua história de vida e também como forma de contribuir para o despertar de consciências de todos os que têm uma vida cómoda e tranquila.
Lefteri expõe o que pode ser apelidado de (des)humanidade, quando mostra em Alepo a ameaça e o extremismo do conflito e da sobrevivência e, nos campos de refugiados, a passividade e a cegueira oportuna das autoridades perante as evidências de exposição e exploração dos mais vulneráveis.
Através das memórias de Nuri, apicultor, e da sua mulher Afra, artista, o leitor contacta com duas versões de Alepo: a cidade antes e depois da guerra instalada, e a forma como o povo procura sobreviver. Nuri e Afra retratam, ainda, a história de um amor que procura sobreviver a perdas profundas: de um filho, da terra, da identidade, da esperança e, em muitos aspetos, da dignidade.
Quando a sua vida simples, com uma família e amigos, é destruída pela guerra, são forçados a fugir, numa perigosa viagem pela Turquia e Grécia até ao Reino Unido.
Na travessia, Nuri tem esperança de reencontrar o seu primo, e sócio nos negócios, Mustafa, que criou apiários na Inglaterra e que ensina apicultura aos refugiados em Yorkshire. Através da relação com Mustafa, é dado relevo ao poder do afeto, a uma intensa história de amizade entre famílias ligadas pela história, pelo interesse pela apicultura, pelo testemunho partilhado de um sonho e da resistência, que a guerra afasta, mas que a persistência faz sobreviver.
Através da vida das abelhas, dos apiários, da "cegueira" de Afra e da visão de Nuri, Lefteri destaca a vulnerabilidade, a vida e a esperança, mostrando as formas de conter a dor, de superar o trauma e a forma que cada um enfrenta a dura realidade.
Afinal, "... as pessoas não são como as abelhas, não trabalham em colaboração".

O Apicultor de Alepo é um livro comovente, poderoso, escrito com enorme beleza e compaixão. É um testemunho do triunfo do espírito humano. Narrado de uma forma clara, é o tipo de livro que nos recorda o poder das boas histórias.

sexta-feira, 19 de junho de 2020

“Irmãos”, de Rocio Bonilia

“Irmãos”, de Rocio Bonilia, Jacarandá Editora,
março 2019
Sinopse:

Este é um livro num formato diferente do habitual. Um fantástico livro-duplo para ler e reler, com as maravilhosas ilustrações de Rocio Bonilla.

Um rapazinho faz uma lista das coisas de que gosta e não gosta na sua irmã … mas vira o livro ao contrário e descobre o que pensa dele a irmã!
Este livro não toma partidos, totalmente isento no que se refere a opiniões contrárias, apresenta duas visões de uma mesma relação: a da irmã mais velha e a do irmão mais novo, surpreendendo no final com mais “alguma coisa”.

Um delicioso livro infantil que nos faz esboçar aquele sorriso especial de compreensão e ternura.
Uma forma divertida de mostrar aos irmãos como, apesar das diferenças, não podem passar um sem o outro.

terça-feira, 9 de junho de 2020

“Serei sempre o teu abrigo”, de Valter Hugo Mãe



“Serei sempre o teu abrigo”, de Valter Hugo Mãe, 
Porto Editora 2020

Sinopse:

«Quando a avó trocou o coração por um electrodoméstico, continuou amando. Estava tão acostumada, fazia já do amor uma coisa plenamente racional. Amava por lucidez. Ela dizia amar é saber. E dizia: amar é melhorar.»
«O avô, resumido nos sentimentos, sem talento nas aflições, mais maniento e cheio de medo, só dizia: sossega, menina, sossega. Mesmo velhinhos, ele tratava-a como da primeira vez. Era uma menina.»
Neste pequeno livro, de 48 páginas, cabe uma mensagem enorme nas palavras carregadas de emoções de Valter Hugo Mãe.
É um livro adaptado para todas as idades, pois apresenta uma narrativa simples, mas cheia de sensibilidade, que nos enche o coração de ternura. Neste conto, acompanhamos a força do amor dos avós um pelo outro e dos dois pelo neto. Somos tocados pelo poder dos laços da família e de como é tão importante este tipo de relação plena de afeto.
Conduz-nos a uma viagem pelas nossas próprias memórias, sobretudo daqueles que tiveram a sorte de crescer sob o olhar atento dos avós.
Uma lindíssima narrativa sobre a velhice, que nos mostra que, mesmo ao fim de muitos e longos anos, os avós não perdem a capacidade de amar.
É um livro a não perder! Recomendamos a sua leitura, como se de um pequeno tesouro se tratasse.