segunda-feira, 15 de novembro de 2021

As Intermitências da Morte, de José Saramago

As Intermitências da Morte, de José Saramago,
Porto Editora, 2015

Sinopse:

 Publicado em 2005, este livro de Saramago fala-nos sobre a vida, a morte, o amor e sentido da vida ou a falta dele.

Sarcástico e irónico, o autor faz uma crítica mordaz à sociedade.

“No dia seguinte ninguém morreu…”. Se acordasse e ouvisse ou lê-se tal notícia, o que sentiria ou pensaria?

Quais as consequências de um lugar onde todos vivem para sempre?

O país em onde se desenrola a história é fictício, mas os acontecimentos do livro podem ser bem reais.

De forma astuciosa, Saramago explora as consequências de tal situação.

A igreja passa a não ter sentido, sem vida após a morte…

 Os hospitais ficam cheios de pessoas com doenças terminais…

As pessoas sofrem acidentes, mas não morrem…

Existe uma opção: sair do país! Ato condenado pelo governo! Alguns tentam, mas as dificuldades são muitas.

A obra pode dividir-se em três partes. A primeira corresponde à intermitência da morte, uma visão geral dos factos a partir do dia um de janeiro, altura em que ninguém mais morreu naquele país.

No sétimo capítulo, uma emissora de televisão recebe uma carta da Morte para que seja noticiado o seu retorno. No entanto, este retorno tem regras: as pessoas serão avisadas da sua morte uma semana antes, para que possam resolver os seus últimos assuntos. Esta anunciação tem um impacto desastroso na vida de quem espera o dia da sua partida sem volta.

No décimo capítulo, uma das cartas é devolvida ao remetente. Disfarçada de mulher, a morte encontra-se com o músico que devolve a carta e, após alguns encontros, apaixonam-se. Nesta parte, com a personificação da morte, há uma narração mais clássica com pessoas. Esta obra acaba como começa “No dia seguinte ninguém morreu…”.

Um livro complexo, mas também genial, que nos faz pensar sobre o ciclo da vida.


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