terça-feira, 21 de novembro de 2023

 Leal Conselheiro, Dom Duarte 

Leal Conselheiro, Dom Duarte, 
Editora: Imprensa Nacional - Casa da Moeda

Contextualização:
Entre 1425 e 1438, D. Duarte, o príncipe herdeiro de D. João I, escreveu uma série de textos que viriam a compor a célebre obra Leal Conselheiro. Peça única na cultura europeia do final da Idade Média, a obra foi dedicada a D. Leonor de Aragão, sua mulher. 

Sinopse:
O Leal Conselheiro é um tratado moral, um conjunto de textos com intenções pedagógicas sobre temas como a inveja, o ódio, o amor e a esperança ou a arte de bem governar. Em boa parte destes textos, D. Duarte descreve a melancolia, a profunda tristeza de que sofreu, a depressão, o que é uma confissão inaudita para a época e para um rei. 

O texto apresenta-se com um tom coloquial, reflexo de situações concretas da existência humana. É um livro do seu tempo e, por isso, fundamental para conhecermos a realidade em que viveu o seu autor e o pensamento de quem sobre ela escreveu.
Depois da morte do rei, a rainha abandonou a corte portuguesa, tendo levado o manuscrito, juntamente com os seus pertences, razão pela qual o manuscrito foi parar à Biblioteca do rei de França nos finais do séc. XV.

Curiosidade:
Mergulhada na mais completa obscuridade durante 400 anos, a obra foi redescoberta no séc. XIX pelo erudito Abade Correia da Serra nas prateleiras menos frequentadas da biblioteca francesa. Encadernado em conjunto com Leal Conselheiro encontrava-se o Livro da Ensinança de Bem Cavalgar Toda Sela, também da autoria do rei D. Duarte - um texto que teria sido o primeiro tratado europeu de arte equestre se tivesse sido conhecido à época em que foi produzido. 
Mais do que a herança de um rei, D. Duarte deixou-nos uma herança cultural.

Leal Conselheiro, 1437-1438        

                                              Livro da Ensinança de Bem Cavalgar Toda Sela, 1438 (inacabado)

O investigador João Dionísio, professor da Faculdade de Letras, é o autor da introdução à edição digital de Leal Conselheiro a que podemos ter acesso on-line em várias plataformas, em qualquer parte do mundo: 

http://books.uc.pt/chapter?chapter=72506 Uma edição digital do Leal Conselheiro de D. Duarte (universidade de Coimbra); 





Para saber mais!
Para saber mais sobre este assunto, temos também à nossa disposição um episódio de “Visita Guiada”, em que Paula Moura Pinheiro entrevista o investigador João Dionísio e nos dão a saber mais sobre este livro que atravessou os séculos.

Visita Guiada, Leal Conselheiro, Biblioteca Nacional de França, Paris|Ep. 12, 24 out. 2023 | temporada 13

História de Portugal de Cor e Salteada, de Maria João Lopo de Carvalho



              História de Portugal de Cor e Salteada, de Maria João Lopo de Carvalho, Editor: Lua de Papel, setembro 2023

Sinopse:

"O que faziam os nossos antepassados? Andavam, basicamente, à paulada. E faziam-no sobretudo entre eles. De resto, fizeram-no em datas tantas que o melhor é esquecermos aqui as que não nos brindaram com feriados. Não que lhes faltassem inimigos externos e ameaças naturais, mas a preferência pela pequena intriga caseira, pela pancadaria de proximidade, parece acompanhar-nos desde os primórdios.”

Assim começa esta História de Portugal de Cor e Salteada: a toque de caixa. Só termina a 25 de Novembro de 1975, quando um general sisudo, de cabelo bem lambido, decide pôr ordem na casa. Entre um momento e outro, Maria João Lopo de Carvalho brinda-nos com os acontecimentos chave que fizeram de Portugal o país com as fronteiras mais antigas da Europa.

A autora passa célere da pré-história aos árabes, leva-nos de caravela à descoberta do mundo, relembra Alcácer Quibir, narra o fim do império. E ela própria se junta à festa, e não poupa um ou outro açoite, sobretudo aos espanhóis. Versão plena de humor e ironia, mas rigorosa também, não perde tempo com datas maçudas ou dinastias completas. Fica-nos o crème de la crème, estrangeirismo franciú aqui regado com picante nacional.

É ler, saborear, e chorar por mais! 

Para aguçar a curiosidade …

Para aguçar a curiosidade, partilhamos alguns excertos deste divertido livro, logo a começar pelos títulos dos capítulos.


PARTE I > O Nascimento de Qualquer Coisa Muito Antiga

Capítulo 5, p. 23 - Blá blá blá… (A língua portuguesa) (p. 23)

«(…) ainda antes do século I a.C., as incontáveis línguas que aqui se mesclavam umas com as outras num indecifrável “blá, blá, blá” tinham sido varridas para a poesia sideral pelo latim misturado com o árabe, a sul do rio Douro; e pelo dialecto galaico-português, a norte do rio Douro. - o das cantigas de amigo, de amor e de escárnio e mal-dizer. A bem dizer, as cantigas eram todas de mal-dizer ou de mal-escrever, tal era a trabalheira que davam a decifrar (…)»

«O português, filho do latim, língua viva que nem sardinhas na rede, língua repescada em muitos mares e a saltar em muitos pratos, foi desde cedo regado com azeite árabe. E se almoçamos, somos altruístas, gostamos do Algarve e bendizemos ou maldizemos a tribo das saltitantes papoilas benfiquistas, foi porque os mouros alcançaram a Hispânia e deixaram algures as suas marcas e os seus salamaleques…».

Capítulo 10, p. 36 - Portucale, terra de ninguém: o recomeço da porrada (A conquista do território) 

«Foram anos e anos nisto. Em 740, nobres, senhores feudais e soldados cristãos ainda continuavam à batatada pela “Reconquista”, e durante cinco séculos, o que hoje se chama Portugal esteve num constante vai-não-vai entre Maomé e Cristo: os reinos cristãos aconchegados mais a norte e os islâmicos de Al-Andaluz mais a sul, alternando-se a presidência entre cristãos e muçulmanos. Até que o resultado começou a inverter-se a norte, na fronteira do Douro, e os adeptos de JC, ganhando ânimo, foram descendo para o Mondego, e para o Tejo. Porém, a coisa complicou-se e os mouros só foram escorraçados de vez no século XII, com a vitória dos exércitos cristãos por uma goleada sem precedentes a que se somou a inesperada reconquista do Algarve, louvado seja Deus!»

PARTE III > Homem ao Mar

Capítulo 4, p. 107 - Enfim, renascidos! (O Renascimento)

«É aqui que entra em cena uma novidade clássica: o Renascimento. E o nosso D. João II ia ser um “mestre na moderna arte de reinar”. (…) nas passerelles que ditavam a moda, a Antiguidade era o top model do momento.»

«(…) com o vaivém das caravelas a funcionar como publicidade não paga, Portugal andava nas bocas do mundo (civilizado e por civilizar). Por aqui, estava tudo impecavelmente organizado, com check lists para os embarcadiços e debriefings para os pilotos, de forma que botassem cá para fora tudo o que tivessem visto, medido, desenhado, recolhido. Até parecia que estávamos no estrangeiro, tal era a eficiência.»

PARTE VI > Luzes! Câmara! Acção!

Capítulo 4, P. 196 - 1755: A única data que, até à data, nos fez realmente tremer

«Pouco passava das 9h30 da manhã, de sábado, 1 de Novembro, dia de Todos os Santos, quando Lisboa ao desaparecer do mapa, entrava definitivamente para o mapa da sismologia.»

Logo ao segundo minuto dos oito de terror, desabavam as primeiras casas e soltavam-se os primeiros gritos de “Misericórdia!”

Mas em lugar da Misericórdia implorada vinha um segundo abalo e tombavam as velas das igrejas. Lisboa ardia e os alfacinhas corriam para a rua sem cabeleira, de saiote, em camisa, descalços, o que fosse, com a terra a fugir-lhes debaixo dos pés (…) Dirigiam-se, por instinto, para a maior praça da cidade, onde esperavam que o céu não lhes desabasse em cima. Porém, pelas 10h30, três ondas seguidas (a maior tinha menos 20 metros do que o canhão da Nazaré, mas era claramente insurfável) engoliam quem lá estava e todo o Cais das Pedras (…)».

Parte IX> Da longa noite à madrugada

Capítulo 6, p. 309 - A guerra quente e a guerra fria

«O que o doutor António menos queria era que a Espanha de Paco se juntasse à Alemanha de Adolfo e à Itália de Benito e lhes segredasse ao ouvido que em Portugal é que se comia e bebia bem. Não havia férias para ninguém: os Estados Unidos lutavam para sair da depressão provocada pelo crash de 1929 e os países europeus lutavam para ultrapassar o horror e a devastação da Primeira Grande Guerra de forma a poderem entrar na Segunda de uniforme a rebrilhar e de armas limpas e polidas.»

A História continua. Divirtam-se a (re)descobri-la com este divertido livro, lançado em setembro de 2023! A autora sabe a História de Portugal de Cor e Salteada e apresenta a sua versão bem-humorada, e bem fundamentada, do nosso passado coletivo. Com tantos anos para trás, não faltam episódios para recordar.

Mais uma curiosidade! 

Na rubrica "Prova Oral", podem seguir a conversa entre Fernando Alvim e a autora Maria João de Carvalho.

Vão gostar!

Link:
https://www.youtube.com/watch?v=76ORhTRFqT8

quinta-feira, 29 de junho de 2023

 Eu Podia Ter Feito Isto!, de Gary Panton e Jocelyn Norbury



Eu Podia Ter Feito Isto!, de Gary Panton e Jocelyn Norbury
Editor Lilliput, março de 2023

Sinopse: 
Quantas vezes já olhaste para uma obra de arte moderna e pensaste «Eu podia ter feito isto!». 
Várias vezes, temos a certeza!
Este livro é uma oportunidade de mostrar que também consegues criar a tua própria obra-prima. 
Apresenta vinte e sete projetos de arte, cada um deles inspirado numa obra famosa. Desde as obras excêntricas e abstratas de Kandinsky a uma magnífica impressão de Warhol, vais aprender um pouco sobre cada um dos artistas escolhidos. 
É um livro cheio de ideias simples para realizares obras semelhantes às de alguns artistas famosos. Para isso, é só seguires as orientações indicadas sobre o processo criativo e vais ficar admirado e orgulhoso com o trabalho que conseguiste criar. 
Afinal, a arte está em cada um de nós!

                  O Dia Em Que Escapámos aos Nazis, de Ivan Sciapeconi

O Dia Em Que Escapámos aos Nazis, de Ivan Sciapeconi 

Editorial Presença, janeiro de 2023

Sinopse: 

Este livro baseado numa história verídica, é uma narrativa comovente de quarenta crianças e jovens que fogem da Alemanha nazi, conseguem encontrar refúgio em Itália, mas são obrigados a fugir novamente.

Não é mais um livro sobre a Segunda Guerra Mundial, mas sim um testemunho do amor e da generosidade de algumas pessoas, que arriscaram e sacrificaram as suas vidas para ajudarem estas crianças e jovens que perderam a família, a casa, a pátria e encontram-se sós e desemparadas no Mundo. Só assim, é que este grupo consegue ter uma réstia de esperança e escapar ao massacre, sobrevivendo ao terror da guerra.

Este livro conta-nos a história de um grupo dessas crianças e jovens, que, em 1942, chegam a Villa Emma, em Nonantola, perto de Modena (Itália) tendo fugido da Alemanha nazi, com a ajuda de membros da associação Youth Aliah, fundada por Recha Freire (salvaram cerca de 7000 crianças judias).

Em Emma, este grupo passa a ter aulas, faz várias atividades e os mais velhos aprendem ofícios. Naquele local, não têm de estar identificados com estrelas amarelas nos casacos, não há guetos e dormem sem medo, durante a noite.

Mas, no dia 8 de setembro de 1943, as tropas nazis começam a chegar a Nonantola, e o grupo tem de tentar escapar novamente. “Desta vez, não estão sozinhos, têm uma comunidade inteira a ajudá-los. Mas como poderão enganar as tropas de Hitler? De que forma conseguirão fugir? O padre de Nonantola tem um plano, um engenhoso plano, em que toda a aldeia terá de participar”.

O que irá acontecer? Só lendo o livro é que ficará a saber. 

Vale bem a pena, pois é uma história que toca o coração, baseada em acontecimentos reais e narrada por uma criança. Emociona o leitor, mas também dá esperança e mostra que todos juntos, conseguimos construir um mundo melhor.

Uma Aventura para o Fim de Férias, de Ana Maria Magalhães                              e Isabel Alçada

Uma Aventura para o Fim das Férias, de Ana Mª Magalhães e Isabel Alçada

Editora Caminho, março de 2023

Sinopse:

Uma Aventura para o Fim das Férias, publicado pelas escritoras Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada, é já o n.º 66 da conhecida coleção “Uma Aventura”.

Desta vez, os protagonistas (Pedro, João, Chico, as gémeas Teresa e Luísa e os cães Caracol e Faial) ganham, num concurso, uma estada num ótimo hotel, onde decorre a aventura que inclui um passeio de barco, uma tentativa de rapto e uma tempestade …

Podemos desvendar um pouco da história, mas para ficares a saber tudo tens de ler o livro!

Logo na primeira noite, mal se tinham instalado, Ricardo, o filho da dona do hotel sofre um acidente e os nossos heróis acompanham-no até à chegada da equipa de resgaste. Em jeito de agradecimento, a mãe de Ricardo convida-os para dar um passeio de barco. Mal adivinhavam que o irmão da dona do hotel, tinha engendrado, juntamente com um grupo de malfeitores, um plano para raptar Ricardo, de forma a exigir um valioso resgaste.

Entretanto, durante o passeio, ocorre uma enorme tempestade e tudo se complica. É nessa altura, que os nossos heróis começam a desconfiar que alguma coisa estranha se estava a passar.

O que irá acontecer? Será que a equipa de resgaste marítima poderá ajudá-los? Como acabará esta nova aventura?

quarta-feira, 5 de abril de 2023

O que se faz no teatro?, de Duarte Silva 

O que se faz no teatro?, de Duarte Silva
Editor: Lilliput, maio de 2022
Sinopse:
Já decidiste o que queres ser quando cresceres? Ainda não, pois não?
Então, muita atenção, pois este livro vai tentar convencer-te de que trabalhar num teatro é mesmo fixe!
Os profissionais que trabalham em teatro vão explicar-te tudo o que precisas de saber para te decidires.
Se já visitaste um teatro, provavelmente já te questionaste sobre as pessoas que lá trabalham, certo?
Se nunca te passou pela cabeça, chegou a hora de meter mãos à obra e descobrir tudo sobre o mundo teatral!
Pode acontecer chegares ao fim deste livro e descobrires que queres ser encenador e dirigir peças de teatro sobre super-heróis! Ou podes escolher ser instrumentista, e numa ida ao teatro encontramos-te a tocar piano ou um instrumento de percussão! Ou até podes decidir que queres ser carpinteiro e começar a fazer belíssimos cenários!
Todas as personagens têm uma história, ou uma memória, interessante e bonita para partilhar.
Não faltes a esta visita guiada pelo incrível mundo do teatro!
Este livro é uma homenagem a todos aqueles que alimentam e fazem acontecer a cultura no nosso país.

O Que Procuras Está na Biblioteca, de Michiko Ayoama 

O Que Procuras Está na Biblioteca, de Michiko Ayoama
Editor: Lua de Papel, setembro de 2022
Sinopse:
O romance japonês O Que Procuras Está na Biblioteca, apresenta-nos cinco histórias de vida de cinco personagens (Tomoka, Ryō, Natsumi, Hiroya e Masao) que estão interligadas entre si. 
Em poucas páginas, conhecemos cada uma delas e o que estão a passar naquele momento das suas vidas. Todos têm um problema ou uma questão na vida em que precisam de ajuda e isso faz com que cheguem ao Centro Comunitário onde existe uma biblioteca meio mágica.
Aí trabalha a senhora Sayuri Komachi, que nos momentos sem utilizadores, com agulha e lã, constrói pequenas figuras em feltro que oferece como brinde aos leitores. Ela faz a mesma pergunta a todas as pessoas que entram na biblioteca: “O que procuras?”
A sua voz tem um estranho magnetismo, que leva os utilizadores desse espaço a confessarem-lhe os seus sonhos mais secretos. Saem de lá com uma lista de livros, muito suspeita, onde há sempre um título inesperado. Mais tarde, quando o leem, descobrem portas e janelas onde antes só viam paredes, encontram desvios, onde antes só viam obstáculos. As respostas que não sabem que precisam e que, sem saberem como, lhes são dadas através de livros que esta bibliotecária enigmática, que é o elo entre todos eles, lhes dá.
Nas suas histórias revemos a nossa própria história, os nossos desejos por cumprir. E, tal como elas, percebemos que os livros são mágicos, têm o poder de abrir novos caminhos.

A Fada das Multiplicações, de João Pedro Mésseder

A Fada das Multiplicações, de João Pedro Mésseder
Editor: Editorial Caminho, setembro de 2022
Sinopse:
Esta obra é um elogio à escola e aos professores. 
O que começou por ser um conto escrito para a RTP2 transformou-se num livro colorido, vibrante, afetuoso, muito interessante e divertido.
Bem-vindos à Escola dos Jacarandás. É onde tudo se passa. Nesta escola, estudam meninas e meninos de todas as cores e de diferentes origens. Mas são iguais numa coisa: todos gostam de brincar e de aprender, e, a meio da manhã, têm todos muito apetite. Nem todos os meninos chegam com o pequeno-almoço tomado. Dizem que nesta escola também há uma fada. Mas… será mesmo uma fada? Uma "estrela" da multiplicação?
Por ali, escuta-se muitas vezes “obrigado”, “desculpa”, “por favor” e “bom dia”. Até parece uma escola perfeita, mas, como todas, esconde alguns problemas. E não são todos de Aritmética ou de Matemática, embora ali se ajude a aprender a multiplicar até os pães… com queijo. Isto porque uma professora dedicada e atenta trata todos por igual. Não ensina apenas a tabuada de multiplicar, mas a generosa atitude de dividir.
Este conto foi pensado a partir da poesia que, para o autor, existe e sempre existiu na tabuada; das ideias de gentileza, de simpatia, de generosidade e de cooperação fraterna. A ideia de educar atentando nas motivações, respeitando os valores generosos que a escola pode transmitir como: inclusão, paz, cooperação, diálogo, entreajuda, simpatia e gentileza; respeitando a individualidade e a condição de criança, a natureza lúdica que lhe é própria. E respeitando também professores e professoras, o devotado e admirável trabalho que todos os dias fazem na escola pelos seus alunos, pela comunidade, e que é um pilar insubstituível da sociedade.
O jacarandá é como se fosse a figuração arbórea da professora Inês, personagem do livro; é um símbolo de proteção e duma alegria de que nunca devemos desistir: na escola, na sociedade, na vida.
É um livro multicultural, terno, expressivo e educativo, mas também divertido.

A Intuição da Ilha-Os dias de José Saramago em Lanzarote, de Pilar del Río

A Intuição da Ilha-Os dias de José Saramago em Lanzarote, de Pilar del Río
Editor: Porto Editora, agosto de 2022

Sinopse:
A obra A Intuição da Ilha-Os dias de José Saramago em Lanzarote, é um registo da vivência de José Saramago em Tías, no sul da ilha de Lanzarote, onde o escritor passou o seu último ciclo de vida, de 1992 até 2010, em simbiose com Pilar del Río, que conhecera seis anos antes. Esta narrativa é uma forma de compartilhar com os leitores acontecimentos singulares vividos n’A Casa e de contar como era a vida de José Saramago enquanto escrevia as suas obras: os passeios pela ilha vulcânica; as ideias que davam origem aos romances; a convivência com os seus cães; os encontros na ilha com amigos; as experiências que trazia das viagens realizadas e as amizades entretanto nascidas. 
O objetivo é dar a conhecer o ambiente d’A Casa que se estabeleceu como lugar de encontro e conversa, de abrigo e alegria, de esclarecimento e amizade, de consciência, participação e solidariedade. A narrativa destes encontros, valores, da literatura e dos afetos, da vida quotidiana, foi escrita por quem partilhou a vida com Saramago, Pilar del Rio, que atualmente preside à Fundação que tem o nome do famoso escritor.
Podemos afirmar que constitui um tributo execional a um dos autores mais celebrados da língua portuguesa.  

Nem é preciso voz, de Armando Quintero e Marco Somá

Nem é preciso voz, Armando Quintero e Marco Somá
Editor: QQQ Editora, janeiro 2022
Sinopse:
Todos os animais têm a sua voz. Com ela podem demonstrar afeto e dizer coisas bonitas. O cão ladra. E os cachorros respondem. O gato mia. E os gatinhos… também! A galinha cacareja. Os pintos piam. O pássaro canta. Os passarinhos… também! A vaca muge. Os bezerros respondem. A ovelha bale. Os cordeiros… também! O cavalo relincha. Os potros respondem. O lobo uiva. Os lobinhos… também! O tigre ruge. Os tigrinhos respondem. O elefante berra. Os elefantes pequenos… também! E a girafa?
A girafa não tem voz. E a girafa pequena, ainda menos! Porém, tem um pescoço muito comprido…. Tão comprido que, com ele, pode acariciar a sua cria. Mãe e filha não têm voz, mas adotam outro método: as carícias. A pequena girafa gostou tanto das carícias da mamã que partilha com os outros animais esta forma de transmitir sentimentos e emoções. Desde então, todos os animais sabem que não é preciso voz para dizer o quanto te amo, para transmitir carinho ou dizer coisas bonitas. 
Não há dúvida acerca da importância das girafas nesta história. Todos os
animais têm sons para se chamarem e dizerem que se amam, menos as girafas, que são mudas. Como fazem então? Abraçam-se. É a sua forma de expressar o amor que sentem. E mostram isso aos outros seres.
Por vezes não precisamos de falar para dizer o que sentimos. E que bom que é receber um abraço, por vezes precisamos tanto disso!
O contacto físico, como demonstração de afeto, é imprescindível para o desenvolvimento emocional dos pequenos: dá-lhes segurança, favorece a sua autoestima e melhora a confiança em si mesmos e também nos outros. 

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

 Indomáveis - Como Tomámos Conta do Mundo, de Yuval Noah Harar

Indomáveis - Como Tomámos Conta do Mundo, de Yuval Noah Harari

Editor Booksmile, setembro de 2022

Sinopse:

Indomáveis–Como tomámos conta do mundo é o título de uma série literária, sobre as sucessivas revoluções protagonizadas pelos seres humanos, desde o momento em que, há 2,5 milhões de anos, éramos apenas símios a viver na savana e começámos a usar utensílios de pedra, até à época em que nos tornámos semelhantes a deuses, voando em aviões e naves espaciais. Os humanos têm um superpoder e usam-no para criar estranhas e maravilhosas coisas – desde fantasmas e espíritos, a governos e sociedades. Somos conquistadores e insaciáveis, criativos e destrutivos. Numa palavra, indomáveis!

Esta fantástica aventura imersiva, conta aos mais jovens a história impressionante dos animais mais poderosos do planeta, salientando que o mundo em que vivemos não tinha de ser como realmente é. As pessoas "fizeram-no" assim, mas podem mudá-lo. 

Convida os jovens a descobrir porque é que o dinheiro é o conto de fadas mais bem-sucedido de sempre, como é que o fogo fez encolher os nossos estômagos, e o que é que o futebol nos diz sobre ser humano.

Esta é a história da humanidade, contada de uma forma inédita, com anões, cobras gigantes, um Grande Espírito Leão que vive nas nuvens e o dedo de uma criança com 50 mil anos que revela os mistérios das nossas origens.

O estilo de escrita de Yuval Noah Harari é acessível e empolgante, usando uma linguagem simples, carregada de humor, para explicar algumas das questões mais sérias e complexas sobre o nosso planeta e a humanidade.

Independentemente da idade que o leitor tem, esta obra é para ser apreciada por qualquer pessoa que coloca questões, como: Quem somos? Como aqui chegámos?


segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

Carta aos Líderes do Mundo, de Maria Inês Almeida e Flávia Lins e Silva


Carta aos Líderes do Mundo, de Maria Inês Almeida e Flávia Lins e Silva
Porto Editora, agosto 2022

Sinopse: 

O livro Carta aos Líderes do Mundo é, sem dúvida, um apelo urgente de salvação do planeta Terra. Sofia, uma menina com apenas 12 anos, através das suas genuínas e sentidas palavras lança um apelo e pede auxílio a todos para que a "Terra" saia do mundo dos "Cuidados Intensivos". Apesar de Sofia, ser uma menina bastante jovem, ela pressente e sabe que o tempo de agir é "agora",  nos tempos atuais.

É necessário identificar, compreender os aspetos ambientais e ter plena consciência que as atividades, produtos e serviços realizados pelo Homem têm impactos ambientais associados. 

Chegou a hora de intervir! 

Desta forma, apela aos Líderes do Mundo que melhorem o sistema de gestão ambiental, implementando medidas, definindo objetivos para melhorar o desempenho ambiental, efetuando os controlos necessários e verificar periodicamente o estado de cumprimento. Alerta ainda, que para se alcançar os objetivos é necessário a ajuda de todos. 

As alterações climáticas, a poluição dos mares, a desflorestação, a falta de humanidade, a existência de guerras e a sobreposição de interesses individuais à sobrevivência global são algumas das preocupações desta menina, que também apresenta soluções para garantir o futuro do “Planeta Azul".

A mensagem é grave e relevante. Cada dia que passa é precioso para que se efetive a mudança de mentalidades e atuação.

Para Sofia, é imperativo que as crianças transmitam as preocupações que sentem sobre estes problemas aos adultos, para que estes dediquem e deem a devida importância à proteção da Terra, e consequentemente, à Humanidade.

Através de um texto poético e bem-humorado as autoras do livro abordam e apresentam um "diagnóstico à saúde" do Planeta Terra, expondo conclusões que são alarmantes. 

Um livro a não perder, pela mensagem de sensibilização sobre o meio ambiente e os problemas globais!

segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

 O Rio Infinito, de Mia Couto

O Rio Infinito, de Mia Couto, Editorial Caminho, setembro de 2022

Sinopse:

O Rio Infinito é um livro infantil, inspirado numa história tradicional africana que narra a história de uma família pobre, constituída pelo pai Kalunga (que era escultor), a esposa Kianda e os seus três filhos.

Certo dia, o Sol não brilhou e mundo cobriu-se de escuro e de frio. A família deixou de poder caçar e plantar. Então, Kianda pensou que era preciso contar histórias aos filhos, alimentando-os assim, de contos. Mas, como não conhecia nenhuma, partiu pelo mundo à procura de histórias. Durante essa jornada encontrou diferentes animais da savana, mas todos recusaram contar-lhe uma história, mas, ela não desistiu e continuou a caminhar. Chegou a uma praia e deparou-se com uma tartaruga gigante. Esta, ao ouvir o seu pedido, levou-a ao fundo do mar, onde moravam os espíritos do oceano, que tinham histórias para contar.

O rei e a rainha dos espíritos aceitaram o pedido, sob uma condição: só dariam histórias, se em troca, recebessem algo que lhes mostrasse como era o grande Mundo em Terra. Kianda regressou a casa e pediu ao marido a sua mais bela escultura. Quando voltou ao fundo do mar, a rainha e o rei contemplaram a obra de madeira e nela descobriram os encantos de um reino que desconheciam.

Conforme o prometido, entregaram a Kianda um enorme búzio, que encostado ao ouvido, contava uma história.

Kianda retornou a casa e os filhos ficaram admirados com o misterioso e incessante sussurro que vinha de dentro do búzio. Ouviam o mar, o rio de todos os rios, o primeiro de todos os ventres e então, o Sol regressou à savana e o tempo do escuro, da fome e do frio foi-se embora para sempre.

quarta-feira, 12 de outubro de 2022

O Neto Do Homem Mais Sábio, de Tomás Guerrero

O Neto Do Homem Mais Sábio, de Tomás Guerrero, 
Editor Levoir

Sinopse:

Sob a forma de uma novela gráfica, esta obra procura ser uma biografia, em banda desenhada, de José Saramago, prémio Nobel da Literatura, em 1998.

A história de Saramago é-nos contada pelo avô do escritor, José Melrinho - que Saramago considerava o homem mais sábio do mundo, embora não soubesse ler nem escrever -, e por Fernando Pessoa, através do seu heterónimo Ricardo Reis. O diálogo destes dois espectros vai-nos contando a infância de José Saramago, desde as suas origens na Azinhaga do Ribatejo, passando pela vinda para Lisboa, pela vitória do prémio Nobel da Literatura e terminando com os seus últimos dias em Lanzarote, acompanhado por Pilar del Rio.

O grafismo, com imagens maioritariamente a preto e branco, ricas em detalhes, que, por vezes, parecem saltar dos limites da página, cativa logo o leitor. À medida que a história de Saramago avança, vão surgindo as capas dos livros e algumas citações das obras, bem como curiosidades da época e das personagens com elas relacionadas.

Uma viagem tão bem documentada quanto fascinante, que é também uma bela homenagem à literatura portuguesa, através de dois dos seus maiores nomes: Pessoa e Saramago.

«Soube sempre que me comoveria uma e outra vez com Saramago para o resto da vida. Assim, agora, de modo surpreendente, através de um livro que, não sendo imediatamente dele, mo traz numa lisura admirável. (...) Tomás Guerrero expõe-no porque o entendeu. Este livro é brilhante. É íntimo, delicado, brilhante. Com ele, Saramago continua a nascer.»
Valter Hugo Mãe (do prefácio desta edição)

 Dlovu e a Estrada, de Ana do Rosário


Dvolu e a estrada, de Ana do Rosário 
Editor: Cordel D´Prata, 2022

Sobre o livro ...

Um ótimo livro infantil que nos faz pensar sobre o valor da família e da preservação da Natureza. A personagem principal é um elefante “símbolo de sabedoria, lealdade, entreajuda e companheirismo”.

Abre com uma bonita dedicatória a uma pessoa especial, a que se segue, numa escrita poética, um prefácio da escritora Lurdes Breda, sobre Ana do Rosário e o seu “coração verde”:

“Há pessoas que nascem com o coração verde. Tão verde que quase se fundem com as plantas e com os animais com quem partilham o ar que respiram. E há animais tão sagrados que, simplesmente, irrompem do coração verde das pessoas que com ele nascem e contam a sua própria história, como se o papel onde caminham fosse, desde sempre, a sua casa.” (página 7)

O segundo prefácio traz-nos as palavras de Rui Branco, diretor de conservação do Parque Nacional da Gorongosa, Moçambique, que nos faz um apelo: “Esta história leva-nos numa viagem feita por uma família que poderia muito bem ser a nossa. Ao lerem este conto, tentem colocar-se no lugar desta família de elefantes e, depois, juntem-se a este movimento global, pois apenas com acções poderemos transformar esta esperança em realidade. Vamos ajudar a salvá-los!”

Sinopse:

Num dia divertido em família, o pai de Dlovu resolve que todos devem ir passear por um lugar novo no mato. Dlovu, distraído e sonhador, estava ansioso para ver coisas novas, mas, os membros da família estavam muito cautelosos por saberem que aquela era uma zona perigosa. Pelo caminho, depararam-se com uma estrada que tinham de atravessar para chegar ao destino. Ao atravessá-la, a família vê-se afligida por uma ameaça. Chegarão todos ao outro lado em segurança?

Vamos espreitar o livro ...

«Hoje esteve um calor terrível, daqueles que faz a pele queimar, por isso estivemos a brincar no rio perto de onde vivemos e chapinhar na água é das coisas que mais gosto de fazer.

Saímos agora do rio e estamos a passear todos juntos. Adoro quando a família decide dar este longos passeios e descobrir coisas novas. O meu pai disse-me que hoje vamos a um lugar novo. Ele já lá foi muitas vezes, mas, é a primeira para mim.

-Dlovu! Fica perto de mim! - avisou a minha mãe. (pág. 15)

[…]

“Há bem pouco tempo, esta zona era um mosaico infinito de pradarias esverdeadas e florestas de árvores frondosas, interrompido apenas pelos belos riachos onde tanto gostas de brincar e que tão importantes são para nós. Agora este padrão foi invadido por caminhos sem ervas e sem árvores que temos de aprender a atravessar ocasionalmente. E ali está, diante de mim, um destes caminhos. Estupefacto, percorro com os olhos as linhas esbranquiçadas estampadas naquele chão preto e, nele, vejo poisados curiosos objectos de metal, “será que aquilo é que são os tais carros?”, questiono-me. Nunca tinha visto um carro antes.» (pág. 23)

Disponível aqui:

https://cordeldeprata.pt/produto/dlovu-e-a-estrada/

sexta-feira, 8 de abril de 2022

 O Caçador de elefantes invisíveis, de Mia Couto

   O Caçador de elefantes invisíveis, de Mia Couto,
         
     Editorial Caminho, outubro de 2021

Sinopse:

O Caçador de elefantes invisíveis é a mais recente recolha de contos de Mia Couto e é também o título de um dos contos antologiados.

São histórias de gente comum, personagens anónimas que o autor traz para a ribalta dando-lhes nome e luz, salientando a relevância da forma como pensam e sobrevivem.

Gente que resiste à brutalidade do Homem e reinventa a dignidade, sendo impressionante a capacidade que Mia Couto tem em transformar episódios de dor e de sofrimento em relatos inspiradores, dominados pela resistência e a superação da adversidade.

Nesta obra estão reunidos mais de vinte contos, revistos e aumentados, depois de terem sido publicados, nos últimos dois anos, na revista Visão, oferecem-nos um retrato expressivo de Moçambique, num olhar diferenciado sobre a atualidade vista com os olhos da ficção, a imaginação, mas sem esquecer a realidade.

Há em cada conto de Mia Couto um encontro de dois mundos, que em Moçambique, como em muitos outros países, estão constantemente em confronto. O mundo da cidade e o do campo, da modernidade e da tradição, da paz e da guerra, do português e das línguas locais.

O estilo é sóbrio e preciso e os temas são vários, como diversificada e vincada tem sido a mensagem de Mia Couto no retrato que faz da mulher na sociedade moçambicana, das várias formas de violência exercida sobre a mesma, dos traumas da guerra e do sonho, esse infindável reservatório da vida.

Britt-Marie esteve aqui, de Fredrik Backman 


Britt-Marie esteve aqui, de Fredrik Backman, 

Porto Editora, 2019

Sinopse:

Britt-Marie Esteves Aqui é o terceiro romance do colunista e blogger Fredrik Backman. Este livro sucede a outras obras de sucesso, como "Um homem chamado Ove" (já adaptado para cinema) e "A minha avó  pede desculpa".

Britt-Marie é uma mulher de sessenta e três anos, habituada a uma vida confortável, mas leva uma vida rotineira: o jantar deve ser servido às 6h00 em ponto e os vidros das janelas devem ser os mais limpos da rua. Ela não é uma pessoa crítica, exigente ou difícil. Não é bisbilhoteira e não emite juízos de valor da vida dos outros. 

Espera apenas que as coisas sejam feitas de uma determinada forma. Não suporta desorganização: garfos, facas e colheres, devem estar colocados por esta ordem. Uma gaveta de talheres desarrumada está no topo da sua lista de pecados imperdoáveis! Para ela, o dia começa, impreterivelmente, às seis da manhã, pois é sinónimo de uma pessoa trabalhadora.

Às vezes, parece ter uma atitude passivo agressiva, mas isso só acontece, pois as pessoas, às vezes, interpretam as suas sugestões construtivas, como críticas, mas essa nunca é a sua intenção. Britt-Marie não faz julgamentos da forma de ser das pessoas que a rodeiam, não se importando se são mal-educadas, desleixadas ou moralmente duvidosas. Por trás do seu jeito socialmente desajeitado, exigente, há uma mulher cheia de imaginação, com sonhos maiores e com um coração muito afetuoso, que as pessoas desconhecem.

A sua vida perfeitamente organizada, de repente, desorganiza-se e tudo muda!

Ela quase teve um ataque de coração, quando descobre que o seu marido Kent é infiel. Tem uma amante, muito mais nova do que ela.

Nesta altura, toma a decisão de sair da sua zona de conforto, deixar o marido, largando inclusive a sua imaculada varanda, e passa a sustentar-se sozinha. É obrigada a arranjar um emprego temporário e passa a cuidar de um centro recreativo prestes a ser fechado, em Borg, uma pequena vila onde nada acontece, sendo a única distração o futebol. 

No trabalho, a meticulosa Britt-Marie tem de lidar com pisos enlameados, crianças indisciplinadas e até uma pobre ratazana como colega de quarto e com a qual Britt-Marie fará uma amizade improvável. Britt-Marie acaba por ter uma nova vida, sendo envolvida no quotidiano dos moradores locais, uma estranha mistura de seres desesperados, canalhas, bêbados e desocupados, e um polícia, que mal consegue esconder os seus sentimentos de recém-chegada. Para piorar a situação, foi incumbida da impossível tarefa de treinar e levar a equipa infantil de futebol local, composta por várias crianças sem qualquer tipo de talento, à vitória. 

A partir daqui, será obrigada a recomeçar tudo e a aprender quem é, sem alguém que lhe diga o que fazer ou pensar, contando apenas com a ajuda preciosa de um grupo de adolescentes um pouco problemáticos. Neste momento, acaba por descobrir que nem tudo o que parece é.

E, quando um dia Kent aparece a pedir-lhe desculpa, ela tem de decidir, de uma vez por todas, o que realmente deseja da vida.

Nesta pequena localidade de gente inadaptada, pode Britt-Marie encontrar o lugar a que realmente pertence? Será que as amizades inesperadas que conseguiu criar são mais fortes do que a vida antiga desafogada que tinha?

A história de vida narrada neste livro é comovente, perspicaz e humana!

A Mensagem Secreta de Lisboa, de Mafalda Moutinho

 A Mensagem Secreta de Lisboa, de Mafalda Moutinho

Publicações Dom Quixote, 12 de junho de 2012

Sinopse:

A Mensagem Secreta de Lisboa faz parte da Coleção "Os Primos" e já é o volume 10.

A Ana, a Maria e o André são os heróis desta aventura. A Ana e a Maria são filhas dos embaixadores Torres. Devido ao trabalho dos pais, viajam muito pelo mundo e, quando podem, convidam o primo André, pois adoram conviver juntos.

A Ana devora livros, frequentadora de muitas bibliotecas e tem uma curiosidade infinita pelas grandes civilizações. A Maria tem um pavor incrível de aranhas, gosta de representar teatro na escola e escrever as aventuras do grupo. O André é o elemento mais divertido do grupo: é escuteiro, muito destemido e está sempre pronto a ajudar as primas.

Mas, apesar das diferenças, têm uma coisa em comum: são todos excelentes investigadores e não descansam enquanto não desvendam todos os mistérios com que se deparam.

Na véspera do Grande Terramoto e tsunami de Lisboa de 1755, António Miranda e o seu filho Pedro escondem numa cápsula do tempo diversos objetos e uma mensagem secreta dentro de uma parede, na sua velha casa em Alfama. Mas António esconde mais do que a cápsula!

É isso que os Primos tentam descobrir quando em casa do Miguel, um brasileiro que era amigo dos três descobrem a cápsula. Mas, que descoberta! Contando também com a ajuda de uma inglesa chamada Charlotte, vão percorrer perigos para desvendarem o segredo.

Depressa descobrem que não são os primeiros e os únicos a tentar desvendar a mensagem secreta de Lisboa. Quem andaria também à procura dessa descoberta? Para saberem, têm de ler o livro que prende o leitor pela ação, mistérios e segredos!